Matilde Ribeiro e a homenagem à mulher centenária
A ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria de Promoção à Igualdade Racial, lembrou durante um painel de debates na Marcha das Margaridas, em Brasília, um caso que considera emblemático em relação ao protagonismo feminino – e negro – no Brasil. È o de Maria do Carmo Jerônimo, uma ex-escrava que morreu aos 129 anos, em 2000, e chegou a ser considerada “a mulher mais velha do mundo”.
Matilde lembrou que os movimentos sociais de Itajubá (MG) apresentaram à Câmara do município um projeto para que ela recebesse o título de cidadã itajubense.
- Eram 11 vereadores. Nove votaram contra.
Segundo a ministra, eles fizeram as seguintes alegações:
- Quem era ela? Tinha escrito algum livro?
Não, responde a própria ministra, anos depois. Ela era analfabeta.
- Era alguma cientista, para merecer tamanha homenagem?
Não, expõe Matilde Ribeiro. Ela era uma empregada doméstica. Começou a trabalhar com 75 anos na casa onde morreria, 54 anos depois.
- Era alguma personalidade no município?
Não exatamente, pensa a ministra, no que se refere às pessoas da alta sociedade. Maria do Carmo Jerônimo viveu durante 17 anos na escravidão.
- O que aconteceu, anos depois – concluiu Matilde, antes dos aplausos do público formado por camponesas de todo o País -, foi que, em São Paulo, Maria do Carmo recebeu o título de Cidadã Paulistana. Com toda a pompa que merecia.
sábado, 1 de setembro de 2007
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