terça-feira, 6 de março de 2007

O churrasco do "Boy" e a falta de memória

As eleições não podem ser esquecidas pela mídia. Estamos a apenas um mês da posse dos deputados. A quem mais, afinal, cabe martelar a idéia (ou informação) de que o sistema eleitoral tem distorções estruturais? O procurador Mario Luiz Bonsaglia, da Procuradoria Regional Eleitoral paulista, vai direto ao ponto ao afirmar que a legislação atual favorece o abuso do poder econômico. Portanto não podemos fazer de conta que é tudo tão legítimo assim.

Uma leitura das ações relativas a 12 deputados federais por São Paulo, todos em tese ameaçados de cassação, caso a Justiça concorde com Bonsaglia, mostra o tamanho do descalabro. O caso mais emblemático é o do redivivo Valdemar Costa Neto (PR), o Boy, flagrado pela repórter Fabiane Leite, da Folha, no ano passado, oferecendo churrasco para 1.400 pessoas e, em seguida, pedindo votos – acompanhado do prefeito de Bertioga, cidade litorânea vizinha à sua Mogi das Cruzes.

Mas há outros casos que mostram, no mínimo, o tamanho da distração dos nossos políticos – e de seus contadores. A novata Aline Corrêa (PP), por exemplo, filha do ex-deputado Pedro Corrêa, contratou pelo menos 100 pessoas sem qualquer tipo de prestação de contas. O deputado Mendes Thame (PSDB) diz que seu nome foi citado indevidamente em campanhas de deputados estaduais – mas o caso envolvendo o estadual Marcos Zerbini é grave, pois trata de utilização de funcionários públicos municipais na campanha.

A versão dos 12 deputados paulistas para as ações movidas por Bonsaglia está no site de alguns veículos da rede Associação Paulista de Jornais.

Brasília, capital da cara-de-pau.

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