segunda-feira, 28 de maio de 2007

De costas para os índios

507 anos depois, os índios continuam sendo escanteados. Nesta quarta-feira, 23 de maio, foi relançada no Congresso a Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas. Oficialmente, 170 deputados e senadores participam desse grupo. Na prática, porém, contavam-se nos dedos os presentes. Tanto os deputados que falaram como uma liderança indígena estimaram em dez o número de parlamentares que devem efetivamente abraçar a causa. A frente parlamentar mais conhecida do Congresso é a famosa bancada ruralista – exatamente uma conhecida opositora das aspirações dos índios por novos territórios. A frente parlamentar ambientalista, essa também foi criada há pouquíssimo tempo. Essas frentes nascem no vácuo dos partidos, que pouco têm, afinal, discutido programas ou afirmado teses, projetos de país. Mas são um instrumento democrático importante. Só que a nossa democracia é desigual. O único índio que tivemos no Congresso foi o cacique Juruna, nos anos 80. Ele era simplesmente humilhado pelos colegas. Seu antigo chefe de gabinete, um sertanista que hoje trabalha na Eletronorte, conta que cabiam nos dedos de uma mão os deputados que o tratavam com respeito. A eles agora cabe ser representado pelos brancos. Um representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia sintetizou bem o restabelecimento da Frente Parlamentar. “Muito bom ela ter sido recriada”, disse ele. “Mas não é uma motivação ter tão poucos parlamantares”. Brasília, capital do Brasil. Alceu Castilho, para a Netpress

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que faz falta uma novelinha global com protagonistas índios...
:)